Alguns membros querem fazer oposição ao prefeito e outros querem ser aliados
Dividido e em meio ao pedido de impugnação da chapa, o PSDB de Vitória elegeu ontem o novo diretório municipal. O engenheiro elétrico Aloísio Cunha Ramaldes deve comandar a sigla na Capital pelos próximos dois anos. Mas há ainda o risco de que a contestação à eleição chegue à Justiça.
Ramaldes é apoiado pelo ex-presidente, o vereador Luiz Emanuel Zouain, que alega ter havido consenso na montagem da chapa única - formada, ao todo, por 45 membros efetivos e 15 suplentes. “Meu sentimento é de que havia unidade. Essa celeuma foi criada por uma pessoa que ou deve ter fundamentação ou é um tanto irresponsável”, afirmou Zouain.
Quem pediu a impugnação da chapa foi um dos suplentes do diretório anterior, Carlos Mariano Ayres. Ele alega que houve irregularidades na comunicação e outros ritos legais do registro da chapa. A impugnação foi pedida à Executiva estadual do PSDB. Mas Ayres diz que, se houver uma negativa por parte da Executiva, ingressará na Justiça Eleitoral para invalidar a eleição do diretório.
Apesar das alegações de irregularidades, o ponto central da discussão no ninho tucano é a adesão ou oposição ao governo de Luciano Rezende (PPS) na Prefeitura de Vitória. Luiz Emanuel diz que não foi eleito para fazer oposição.
“Não posso ter o Luciano e o PPS como adversários imediatos. Se o Luciano se tornar um novo João Coser, terá minha oposição, se não, terá meu apoio”, afirmou.
Ayres diz que o vereador busca até indicar secretários na administração municipal. Luiz Emanuel nega. Outros membros do partido também manifestaram descontentamento com a chapa montada, mais pelo nome dos demais componentes do que pelo presidente escolhido.
“A maioria dos membros do diretório é ligada a Luiz Emanuel e Neuzinha, o que pode levar o partido a aderir à administração de Luciano. Parte do partido, principalmente ligada ao ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas, quer ter mais representatividade para fazer oposição” diz um tucano.
Neuzinha disse estranhar os questionamentos e afirma que houve consenso na montagem do diretório. Já Luiz Paulo não foi à convenção por considerar que não houve.
Novo presidente, Ramaldes disse acreditar que seu nome tem unidade no partido. “Não recebi ligação de ninguém dizendo o contrário. Não sei quem está por trás disso”, afirmou.
Fonte: A Gazeta
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