Depois de um domingo (16) tumultuado e marcado por superlotação no Hospital São Lucas, nesta segunda-feira (17) foram transferidos 16 pacientes e outros 14 pacientes tiveram alta. Na noite deste domingo o HSL estava com 13 pacientes no centro cirúrgico e todas as salas de operação e emergência ocupadas. O Sindicato dos Médicos do Espírito Santo enviou um documento que pede para a Central de Regulação de Vagas, ao Sistema de Atendimento Médico Único (SAMU), ao Centro Integrado Operacional de Defesa Social (CIODES) e ao Corpo de Bombeiros que vítimas de acidentes de trânsito não fossem encaminhadas ao Hospital São Lucas.
Por meio da assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde (Sesa), a unidade informou, em nota, que médicos supervisores e auditores estiveram reunidos nesta segunda, no Hospital Estadual São Lucas, num esforço concentrado. A prioridade, segundo a Sesa, é fazer com que o HSL volte à sua normalidade o mais breve possível.
Uma camareira, que não quis ser identificada, contou que ao buscar um resultado de exame, passou por um corredor e ficou chocada. “Tem uma mulher lá dentro toda amarrada numa maca, desde ontem porque tem vários ataques de convulsão. É uma senhora e nada de urgente foi feito ainda”, conta.
A merendeira, que se identificou pelo sobrenome Batista, contou que passou por muito aperto ao internar o seu marido, quando ele descobriu um coágulo na cabeça. Ela contou que ele ficou 22 dias em uma maca no corredor do hospital antes de passar por cirurgia. E que após o procedimento cirúrgico a família ficou quatro dias sem noticias do paciente.
“Além de esperar por tantos dias em um corredor que só tem mosquitos, nós tivemos que ameaçar o hospital avisando que íamos chamar a imprensa. Só assim tivemos notícias do meu marido, além de termos esperado por tanto tempo para conseguir a cirurgia”, disse ela que afirmou que o hospital só funciona sob pressão.
Para Evandro Souza, lavrador, que veio do Pronto Atendimento de Brejetuba tratar de uma fratura no nariz, o atendimento é péssimo. “Eu vim direto de lá, esperei bastante pelo atendimento, além de sentir um certo descaso por parte dos atendentes”, contou Evandro. “Você tinha que ver ontem, muita mais macas lotadas, gente sentada nos corredores, pedindo por ajuda e até gente deitada” acrescentou.
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