15/09/2012

Debate revela disputa de poder na Serra dentro do mesmo projeto

A discussão entre prefeito Sérgio Vidigal (PDT) e Audifax Barcelos (PSB) teve foco na continuidade
Por Renata Oliveira

O debate realizado nesta sexta-feira (14) pela TV Tribuna entre os candidatos a prefeito da Serra confirmou um sentimento do eleitorado em relação à disputa: apesar da rixa entre os dois favoritos, seus projetos são semelhantes. O prefeito Sérgio Vidigal (PDT) e o deputado federal Audifax Barcelos (PSB) travaram uma dura batalha durante o debate sobre a atuação de cada um à frente da prefeitura, mas não houve apresentação de propostas novas.

Enquanto Vidigal se defendia de acusações de que a prefeitura deixou de investir em determinadas áreas, Audifax cobrava uma continuidade de projetos que ele promoveu à frente da prefeitura. Seus projetos, porém, também representaram continuidade, já que foi sucessor de Vidigal, apoiado pelo prefeito.

O debate mostrou também o clima tenso entre os dois candidatos por conta das questões políticas. O candidato do Psol, Professor Renato, foi quem desencadeou o processo de acusações mútuas por conta dos acontecimentos que antecederam a eleição de Vidigal em 2008. Audifax destacou que foi o único prefeito do País que não teve o direito à reeleição, enquanto Vidigal tentava colocar no adversário o rótulo de traidor raivoso, que havia abandonado o PDT.

No que diz respeito às propostas para a cidade, os dois falaram dos projetos já existentes na prefeitura, iniciado por um ou por outro, mas que apresentavam o mesmo conceito de origem. Apesar de Audifax se colocar como alternativa à administração de Vidigal, sua plataforma de campanha segue o discurso de retomada do projeto que desenvolvia no município como prefeito, o que, 
por sua vez, representava a continuidade do trabalho de Vidigal, que o antecedeu. Ao todo, esse projeto tem 16 anos de vigência na Serra.

O conteúdo do debate refletiu o processo que desenrola na Serra. A campanha é muito acirrada, com uma disputa territorial muito forte entre os dois candidatos. A eleição, porém, é baseada na disputa de poder.

Já o candidato do Psol tentou apresentar um projeto de gestão popular, mas como o debate ficou mais focalizado entre os dois favoritos, teve pouco espaço para apresentar propostas.

Na Serra, a eleição é prevista para dois turnos, assim como nos demais municípios da Grande Vitória. O cenário atual aponta uma vantagem para o prefeito na corrida eleitoral, mas nada que garanta, até o momento, a vitória no primeiro turno. A pouco mais de 20 dias da eleição, a expectativa é de que o clima fique ainda mais acirrado no município depois do debate desta sexta.

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