Órgão acatou denúncias e nomeou nova Comissão Interventora da entidade
Por Kauê Scarim
O Ministério Público Espírito Santo (MPES) está à procura do atual presidente da Associação Comunitária de Jardim Camburi (ACJAC), Anael Rodrigues Parente. O MPES quer que ele entregue as chaves da entidade. As informações vêm de moradores do bairro que acompanham de perto o imbróglio em que se envolveu a entidade nos últimos dias. Segundo os moradores, Anael é conhecido por ser um dos grandes cabos eleitorais do candidato do PPS à prefeitura de Vitória, Luciano Rezende.
A dificuldade do MPES é encontrar o presidente da ACJAC. O oficial de Justiça encarregado de entregar a intimação chegou a procurá-lo no comitê de campanha de Luciano Rezende, sem sucesso. O fato ocorreu após diversas acusações de que a atual diretoria – majoritariamente ligada ao PPS – estaria prorrogando ilegalmente o seu próprio mandato, o que gerou a intervenção do MPES na entidade, determinando a formação de uma Comissão Interventora para conduzir a ACJAC até as próximas eleições.
Na noite de ontem (14), a promotora Arlinda Maria Barros Monjardim, da 28ª Promotoria de Justiça Cível de Vitória, acatou as denúncias – divulgadas nessa quinta (13) por Século Diário – sobre uma formação irregular desta Comissão e homologou uma nova composição, aceitando as deliberações da assembleia geral realizada na última terça-feira (11).
O documento também revoga o despacho anterior, que aceitava outros nomes supostamente eleitos em uma reunião que teria acontecido um dia antes (10). O texto do documento considera – assim como as denúncias – que a assembleia do dia 10 “não foi legitimamente realizada”.
A ACJAC, que representa os mais de 39 mil moradores do maior bairro de Jardim Camburi, foi envolvida em tal imbróglio quando o MPES recebeu as acusações na forma de uma representação de autoria de Aloísio Muruce, morador do bairro e candidato a vereador pelo PRP. A partir daí, o Ministério Público determinou a formação da Comissão Interventora.
No meio da assembleia, Manoel Braga apresentou documento, protocolado por ele mesmo no MPES um dia antes, que nomeava outras três pessoas para a Comissão – incluindo ele mesmo –, que teriam sido eleitas em reunião realizada um dia antes (10). Segundo as denúncias acatadas pelo Ministério Público, ela não teria ocorrido, e “Braguinha” simplesmente recolheu assinaturas de forma avulsa pelo bairro, em casas e bares.
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